Homens trabalhando. Barragem na Avenida Maracanã erguida para diminuir o fluxo d’água e facilitar nova canalização – Pedro Teixeira

Margem do rio desmoronou após forte chuva que atingiu a cidade

Por Maurício Peixoto para O Globo

Os efeitos da forte tempestade que atingiu a região em fevereiro continuam visíveis em alguns bairros. Um exemplo é o canal do Rio Maracanã no trecho que fica atrás da Escola Municipal Soares Pereira, na Muda. Somente no final de março, um mês depois da tormenta, a prefeitura, através da Rio Águas, deu início às obras no local, que ficou destruído. A previsão de término da intervenção, orçada em R$ 3,2 milhões, é setembro.

A pista da Avenida Maracanã naquele trecho da Muda, no sentido da Praça Saens Peña, na altura da Rua Pinto Guedes, já foi liberada para o trânsito há cerca de dois meses. A outra pista, no sentido da Usina, permanece interditada ao tráfego.

— Demoraram, mas fizeram a recuperação e o recapeamento do asfalto, pelo menos de um dos lados — diz a comerciante Suely Nogueira, moradora da região.

Uma pequena barragem para a diminuição do fluxo d’água foi erguida no Rio Maracanã no trecho citado, fazendo com que a água ficasse praticamente parada. De acordo com a Rio Águas, trata-se da técnica “corta rio”, usada para permitir a canalização com mais facilidade.

Para o aposentado Carlos Cerqueira, morador de um prédio ao lado há 40 anos, a demora acontece porque há pouco espaço para a locomoção do maquinário.

— O espaço é estreito para os guindastes fazerem as manobras. Acho que isso atrapalha e atrasa. E além dos transtornos no trânsito, essa movimentação incomoda muito a vizinhança — afirma o morador, que também se queixa do estado das árvores ao longo do canal. — Muitas árvores estão prestes a cair. As raízes racharam a margem. É preciso que se faça um trabalho de prevenção para evitar outra destruição do canal. É menos dinheiro público no ralo — pondera.