Associação de Moradores Nova Tijuca, também surpreendida, busca esclarecimentos.
Projeto em andamento há 4 meses é interrompido sem maiores explicações
Por redação NaTijuca
Moradores, comerciantes do Largo da Segunda-Feira, assim como a Associação Nova Tijuca, foram pegos de surpresa com a notícia do cancelamento da implantação de uma base da Guarda Municipal no local.
O processo já estava em andamento e o seu cancelamento significa acabar com a esperança de ordem e segurança em um dos pontos de maior movimento da Tijuca.
Entenda o caso. Em meados de setembro de 2020, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, através de seu representante legal na Tijuca, na época o Superintendente Hugo Leal, procurou a Associação Empresarial e de Moradores Nova Tijuca, para saber da possibilidade do apoio da mesma a fim de viabilizar a implantação da base da Guarda Municipal no Largo da Segunda-Feira.
Para esta ação a Prefeitura, de posse do terreno, faria melhorias no mesmo, asfaltando o terreno, levantando muros e instalando portões. Parte destas melhorias foram realizadas.
E de forma a apoiar esta ação, a Associação Nova Tijuca realizaria o processo de legalização do fornecimento de água e luz, assim como o aluguel do container. Esta também teria de buscar o apoio financeiro de moradores e comerciantes da região, para que juntamente com a Associação e a Superintendência, fosse possível viabilizar esta base.
Aconteceram reuniões com moradores e comerciantes, com a presença do representante do Comandante da Guarda Municipal, dando aval e respaldando a instalação da base no local, inclusive com a possibilidade da adoção de Ronda Escolar da Guarda Municipal da Cidade do Rio de Janeiro.
Houve a mobilização dos comerciantes e moradores, que passaram a contribuir mensalmente desde setembro com um valor financeiro para cobrir os custos do aluguel do container, e futuramente cobririam os custos de água e luz.
Durante os últimos 4 meses, a Prefeitura e a GM bancaram o projeto e em nenhum momento a Guarda Municipal se pronunciou contra ao mesmo.
O Largo da Segunda-Feira vive uma desordem reconhecida pela própria Prefeitura e pela Guarda, sendo este o motivador para a implantação da base no local.
Os comerciantes e moradores aderiram ao projeto prontamente, a parte material foi viabilizada, tanto o que cabia à Associação quanto ao que cabia aos moradores e comerciantes e permanecem aguardando a conclusão da implantação.
A presença de uma base da Guarda Municipal no local é a promessa de fim da desordem no Largo da Segunda-Feira, assim como o fim do crescente aumento da população de rua e do comércio ilegal.
A chegada da notícia da desistência desta implantação por parte da Guarda Municipal pegou todos de surpresa. Veja abaixo a nota emitida pela Guarda Municipal que a Associação Nova Tijuca teve acesso:
“A Guarda Municipal informa que o espaço não dispõe de instalações adequadas para manter agentes no local e, atualmente, a região da Grande Tijuca já conta com duas bases operacionais, na Praça Saens Pena e no Maracanã, que servem de apoio ao efetivo.”
Jaime Miranda, presidente da Associação Nova Tijuca, afirma:
— Se essa desistência for concretizada, vai criar um sentimento de decepção muito grande nos moradores e comerciantes da região. Todos estavam muito confiantes no projeto, pois afinal de contas, foi uma iniciativa da Prefeitura. Nada indicava que não seria dada continuidade ao projeto. Até porque a 8ª IGM, que é a Guarda Municipal da Grande Tijuca, conta atualmente com um efetivo muito reduzido, assim como a UOP Tijuca que é responsável pelo recorte da Praça Saenz Pena, que deveria ter uma ação 24h por dia e não consegue por falta de efetivo. Essa desistência vai gerar uma frustração muito grande em todos os envolvidos e beneficiados.
E continua:
— É difícil entender porque um projeto que está sendo trabalhado durante os últimos 4 meses deixa de ser viabilizado sem que tenha uma justificativa palpável, verdadeira, uma justificativa que possa convencer comerciantes e moradores. Se tem alguma dificuldade por conta da viabilização do operacional do efetivo na base, essa dificuldade deve ser apresentada para que todos possam resolver. Precisa de mais conforto? Precisa de outro container? Agora não dá para aceitar a justificativa de que não é mais viável e que não vamos mais fazer. – afirma Jaime Miranda.
No momento a Associação está colhendo mais informações para ir em busca do posicionamento final da Prefeitura, com o objetivo de manter o andamento deste projeto tão aguardado pelos moradores e comerciantes da região que vivem diariamente os problemas que ocorrem no Largo da Segunda-Feira.