Crivella acionou detonação de trecho final da obra de desvio do Rio Joana. Objetivo é concluir túnel que vai evitar enchentes na Grande Tijuca – Divulgação

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, acionou na manhã desta quinta-feira a detonação do trecho final. Com 90% da obra concluída, serão iniciadas as escavações do trecho que passa sob o Morro da Mangueira

Por O Dia

A obra de desvio do Rio Joana, que promete acabar de vez com as enchentes da Grande Tijuca, entrou em sua etapa final. O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, acionou na manhã desta quinta-feira a detonação do trecho final. Com 90% da obra concluída, serão iniciadas as escavações na região que passa sob o Morro da Mangueira e criará o maior túnel urbano de drenagem do país.

Foram usados 168 kg de explosivos na detonação — o pontapé inicial para a escavação de mais 80 metros de túnel em rocha. O projeto faz parte do Programa de Controle de Enchentes da Grande Tijuca para evitar inundações na região, principalmente no verão. Com extensão de 3,4 km (2.400m de túnel e 1.012m de galeria), o túnel levará parte das águas do Rio Joana, cujo destino era o Canal do Mangue, para um deságue independente na Baía de Guanabara. Com isso será possível evitar o transbordamento de rios como Maracanã, Trapicheiros, Comprido e o próprio Joana.

“Com essa obra, temos a esperança de ver a Tijuca livre das enchentes. O Rio Joana e o Rio Maracanã serão captados para esse canal subterrâneo próximo do Portão 18 da Uerj, e as águas serão conduzidas para a Baía de Guanabara. É uma obra que daqui a alguns meses, antes do verão, vai trazer um alívio enorme para a população. Essa obra e aqueles grandes reservatórios subterrâneos da Praça da Bandeira, da Praça Varnhagen e da Praça Niterói vão reservar milhões de litros quando tivermos as chuvas de verão”, explicou Crivella, prometendo que o Rio não vai mais sofrer com as enchentes.

Participaram da detonação também os secretários municipais de Conservação e Meio Ambiente (Seconserma), Roberto Nascimento, e de Infraestrutura e Habitação, Sebastião Bruno, e do presidente da Rio-Águas, Cláudio Dutra.

O planejamento da obra prevê outros detonações, três vezes por semana, até outubro. A área de influência delas abrange o bairro de São Cristóvão e o Morro da Mangueira, que estão sendo monitorados e onde já ocorreram vistorias cautelares em imóveis.

Os moradores da região serão avisados através de sirenes, que tocarão quatro vezes: 20 minutos, 10, cinco e antes da detonação. A etapa atual da obra é considerada a mais crítica, com frentes sob a linha férrea do metrô, na altura do Maracanã, e de escavação do último trecho até o deságue na Baía de Guanabara, passando pelo Morro da Mangueira. A obra será inaugurada antes do próximo verão.