Cadê a prefeitura? Idosos na academia da Saens Peña: praça está entre os diversos locais da região onde a manutenção de aparelhos é falha – Pedro Teixeira / Fotos de Pedro Teixeira

Aparatos estão sem manutenção em seis de nove praças visitadas. Secretaria diz que o projeto está sendo revisto desde a substituição da ONG que o administrava

Por Maurício Peixoto para O Globo

A aposentada Analice Souza, de 67 anos, moradora do Grajaú, costuma ir todas as manhãs à Praça Edmundo Rego para dar uma caminhada. Complementando o exercício, ela utiliza os aparelhos da academia da terceira idade. Desde o ano passado, porém, seu treino matinal não tem sido adequado, pois, dos nove disponíveis, quatro estão avariados. O problema não é exclusivo do Grajaú: O jornal fez um levantamento e constatou que, em seis de nove praças visitadas, os aparelhos estão danificados. Além da Edmundo Rego, sofrem com a falta de manutenção as praças Varnhagen, Saens Peña, Barão de Drummond, Niterói e do metrô do Estácio. Estão preservados os equipamentos das praças da Bandeira, Condessa Paulo de Frontin e do Parque Recanto do Trovador.

— Há partes quebradas, enferrujadas, pontudas e soltas. É o maior perigo! Alguém pode se machucar gravemente. E de quem será a responsabilidade? No ano passado, fizemos um ofício à prefeitura, mas nada deles responderem — diz Nice Carvalho, presidente da Associação de Moradores do Grajaú.

Analice diz que há usuários que, por conta própria, tentam fazer a manutenção, amarrando cordas e usando lubrificantes:

— Tenho uma amiga que lubrificou um aparelho que fazia um barulho ensurdecedor. Quanto isso custa para a prefeitura? Não é falta de dinheiro. É falta de planejamento mesmo.

Ela acrescenta que as aulas ao ar livre ministradas por professores pagos pela prefeitura não ocorrem há mais de seis meses, reclamação de frequentadores de outras praças.

— Já fiz três protocolos, mas não obtive retorno — diz Carlos Queiroz, de 65 anos.

Usuária dos aparelhos da Barão de Drummond, Maria Conceição Pereira, de 71 anos, critica a falta de manutenção e o vandalismo:

— Parece que as pessoas têm o prazer de destruir. Uma amiga do Rio Comprido, diz que lá, os aparelhos ficam em lugar coberto e com horário marcado para o funcionamento.

A secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos informa que o projeto está sendo revisto desde a substituição da ONG que o administrava.