“É uma experiência forte, é violenta, incômoda, mas também tem humor”, diz o diretor da peça, Ivan Sugahara – Foto: Caio Wilton / Divulgação

Espetáculo, escrito por Carolina Lavigne e dirigido por Ivan Sugahara, fala de opressão social

O Globo

Num casarão antigo da Rua Carmela Dutra, na Tijuca, o grupo de teatro Impulso Coletivo convida o público para uma experiência cênica imersiva, em que a dramaturgia acontece de maneira itinerante, pelos cômodos do local. Escrito por Carolina Lavigne, com orientação de dramaturgia de Pedro Kosovski e direção de Ivan Sugahara, “Vala comum” narra o processo de produção da carne bovina. Nas entrelinhas (ou nem tão nas entrelinhas assim), o tema é opressão física e social, sobretudo a sofrida por moradores de periferias.

Atores do grupo Impulso Coletivo: performance intimista acolhe até 15 pessoas no público – Foto: Caio Wilton / Divulgação

—O texto fala sobre a transformação da carne, sobre a vida em confinamento, destinada ao abate. A gente usa isso como uma metáfora social. Muitos dos atores têm origem humilde, e as vivências reais que eles tiveram foram nosso ponto de partida — conta Ivan Sugahara.

A performance se dá de maneira intimista. O limite de público é de 15 pessoas por sessão, que devem confirmar presença previamente via Whatsapp. Para o diretor, o molde proposto “ativa” a participação do espectador, que não se coloca com indiferença.

— No palco italiano (o tradicional), há uma frontalidade, uma passividade do público. No nosso caso, a pessoa vive uma experiência, ela participa. É uma experiência forte, é violenta, incômoda, mas também tem humor — garante Sugahara.

Onde:
 Rua Carmela Dutra 97, Tijuca (98601-0715).
Quando: Até 25 de fevereiro. Sáb, dom e seg, às 19h30m. É preciso reservar presença pelo telefone indicado.
Quanto: A organização informa que trabalha com “contribuição consciente”.
Classificação: 16 anos.