Trabalhadores caminharam até a Prefeitura no início da tarde. Decisão proibiu aproximação de líderes de prédios da Comlurb.

Por Henrique Coelho do G1 Rio

Os garis em greve da Comlurb fizeram uma manifestação em frente a gerência da companhia na Tijuca, Zona Norte do Rio, na manhã desta quinta-feira (19). Representantes da categoria saíram em caminhada até a Prefeitura no início da tarde.  

Líderes grevistas que estão proibidos por decisão judicial de ficar a menos de 500 metros de prédios da Comlurb durante o período de greve compareceram ao ato.

Segundo eles, homens da Guarda Municipal ficaram na porta da gerência da Comlurb na Tijuca, na Zona Norte da capital, e impediram os grevistas de participarem de uma reunião na gerência.

Após encontro com um oficial de justiça, os garis gritaram que era “covardia” o aumento de 3% oferecido pela prefeitura. “Não tem arrego”, gritaram eles. Às 13h30, o grupo chegou à Prefeitura, na Cidade Nova, onde o ato foi encerrado.

Outro grupo de garis interditou por volta das 12h duas faixas da Rua Araújo Porto Alegre, altura Rua da Imprensa, no Centro do Rio. De acordo com o Centro de Operações da Prefeitura, às 12h o trânsito estava lento na via. Agentes da Cet-Rio estavam no local orientando os motoristas. Segundo a PM, o ato seguia pacífico.

Presença de citados em decisão judicial
O oficial presente a reunião avisou o grupo de garis sobre a decisão da Justiça que determinou multas individuais de R$ 5 mil para membros do Sindicato dos Empregados de Empresas de Asseio e Conservação do Município do Rio e funcionários da Comlurb que organizarem e realizaram atos de violência e vandalismo contra outros profissionais e os patrimônios da companhia. A liminar da 21ª Vara do Trabalho foi expedida nesta quarta-feira (18).

Segundo a decisão, Célio Viana, Célio Moreira Dantas, Rodrigo Lopes de Ávila, Bruno Coelho de Lima, Valdenir Jorge de Souza Pinto, Rogério Timóteo da Cruz, Mauro de Oliveira da Silva, Valdecir Teixeira Gonçalves devem manter distância mínima de 500 metros de prédios da Comlurb durante o período de greve e não poderão invadir ou perturbar a ordem nos estabelecimentos da companhia, assim como impedir o normal funcionamento das atividades operacionais da empresa.

Se tiver que prender, vai ter que prender toda a categoria.
Bruno coelho, um dos citados em decisão judicial 

 

Caso a decisão seja descumprida, a Comlurb poderá requisitar força policial para o cumprimento das obrigações determinadas. A decisão foi assinada pela juíza titular de Vara do Trabalho, Maria Gabriela Nuti.

Celio Viana, um dos líderes do movimento ano passado, estava no protesto e se queixou da decisão judicial que citou seu nome. “Isso é ferir a constituição. No momento que eles falam que não somos trabalhadores, criminalizando o movimento.

Bruno coelho, outro citado, reclamou de supostas pessoas desqualificadas que a Prefeitura estaria contratando para substituir os garis. Ele também se queixou da decisão judicial: “Se tiver que prender, vai ter que prender toda a categoria”.

Em greve desde o dia 13, a categoria quer um aumento de 40% no salário e que o vale-refeição seja de R$ 27. O vale-refeição continuaria com o valor atual, que é de R$ 20. A prefeitura ofereceu inicialmente um reajuste salarial de 3%, mas os grevistas rejeitaram a proposta.

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