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Responsáveis passaram a buscar filhos com paus e correntes.

A agressão a um aluno do Colégio Palas, na Tijuca, gerou um clima de tensão na região. O adolescente, de 17 anos, foi espancado, no último dia 25, quando voltava para casa, e afirmou à polícia que o agressor vestia uniforme da rede municipal de ensino. Outros quatro jovens, que ajudaram a cercar a vítima, estariam também com camisetas de escolas públicas. Após o caso, registrado na 19ª DP, vir à tona, outros estudantes do colégio particular passaram a relatar provocações e até tentativas de assalto diárias, feitas por jovens da rede pública da área.

A história gerou revolta e preocupação entre pais de estudantes do Palas, que, na segunda-feira, relataram que passaram a ir buscar os filhos munidos de paus e correntes. “Nosso objetivo não é atacar nem machucar essas pessoas. Mas mostrar que estamos presentes e acabar com esse problema”, afirmou o pai de um aluno do 9° ano que sofreu uma tentativa de assalto há duas semanas ao sair da escola.

Testemunha da agressão que virou caso de polícia, a mãe de um estudante de 14 anos, que não quer ser identificada, passou a buscá-lo todos os dias na saída. “Fiquei muito assustada. Vi a agressão e meu filho estava a poucos metros de distância”. 

Fui pego de surpresa. Nunca esperava por isso. Estava sozinho, indo para casa, quando fui agredido.
Jovem agredido por outros adolescentes na saída do colégio 
Pais de alunos de uma escola na Tijuca se armaram com paus e correntes contra assaltos | Arquivo pessoal

O adolescente agredido também mudou seus hábitos. “Fui pego de surpresa. Nunca esperava por isso. Estava sozinho, indo para casa, quando fui agredido”, disse. “Depois disso, não volto mais sozinho. Espero um amigo, mudo o caminho ou meu pai vem me buscar”.

A vítima foi socorrida por funcionários de um restaurante na esquina das ruas Conde de Bonfim e Uruguai. Um funcionário do estabelecimento dá uma versão diferente para a agressão sofrida pelo aluno. De acordo com ele, o jovem estava com um grupo de colegas de sua própria escola, e a briga teria sido entre eles. As imagens do circuito interno do restaurante já foram requisitadas pela polícia.

PATRULHAMENTO REFORÇADO 

Segundo o coordenador do Colégio Palas, Nelson Duarte, há alguns anos estudantes de escolas públicas fazem provocações no local. “Eles jogam pedra, bolinhas de papel e até cospem quando passam pelo colégio. Isso já acontece há muitos anos. Mas é a primeira vez que temos caso de agressão”, afirmou.

O coordenador contou já ter feito inúmeros ofícios com pedido de reforço no policiamento ao 6°BPM (Tijuca). Pais de alunos também estiveram no batalhão, e receberam como resposta que havia falta de contingente.

O comandante do batalhão, tenente-coronel Marcelo Rocha, disse que o policiamento motorizado foi reforçado na segunda-feira. A Secretaria municipal de Educação informou que desconhece os incidentes e que não houve relato de agressões entre estudantes na 2ª Coordenadoria Regional de Educação.

Por O Globo

 

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