Caso o governo não aceite medidas impostas, Concessionária não voltará a administrar o Maracanã após os Jogos.

Fonte por Vicente Seda para Jornal O Globo

O impasse entre a concessionária que administra o Maracanã e o governo do Estado não é financeiro. O maior entrave é a possibilidade de abrir outra negociação ou devolver o estádio sem ônus dentro de três anos, como deseja a empresa. A concessionária considera que, até o momento, não houve como avaliar a real capacidade da operação por um período razoável – que entende ser de dois anos. Dessa forma, com as Olimpíadas em 2016, a empresa exige um período de avaliação a partir de 2017, podendo decidir devolver sem multas ou indenizações a arena no fim de 2018. O governo não aceita essa demanda.

No momento, a concessionária considera que pode sair sem qualquer multa da concessão com uma rescisão unilateral ou amigável, por conta das alterações feitas pelo governo que provocaram mudanças na estrutura financeira do acordo. Em 2018, no entendimento da empresa, a situação seria outra e não há como avaliar, agora, a evolução dos novos termos que estão em discussão com o governo. A exigência seria para firmar contratos de patrocínio e fornecimento de serviços por maior prazo para analisar os números depois de duas temporadas sem grandes eventos interrompendo as atividades da concessionária.

Por ora, as negociações estão paradas e não há nenhum movimento que indique intenção do governo de ceder. Nos últimos dias de 2015, a concessionária avisou a fornecedores e arrendatários de espaços comerciais que deveriam retirar todos os materiais do estádio até o fim do ano. Nesta segunda-feira, a empresa confirmou corte que chegou a 75% do seu quadro permanente de funcionários. Se nada mudar no lado do governo, a concessionária não voltará a administrar o Maracanã após entregar o estádio para o Comitê Rio 2016 em fevereiro.

 

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