Glaucio Marafon é o editor executivo da EdUerj, nova livraria no campus Maracanã – Foto: Agência O Globo / Bárbara Lopes

A que funcionava anteriormente na universidade fechou as portas em 2017 devido à crise

Por Maurício Peixoto para o Globo

Uma boa notícia não só para os alunos da Uerj, mas para a comunidade acadêmica de uma forma geral, surgiu no início deste ano: foi aberta no térreo da faculdade, no campus Maracanã, a Livraria da EdUerj (Editora da Uerj). Serão comercializados ali somente títulos originários de pesquisa acadêmica, tanto da própria Eduerj quanto de outras editoras universitárias. No rastro da novidade vem o ganho para estudantes de todos os níveis (ensinos superior, médio e fundamental) que buscam referências para apurações e trabalhos, de física e matemática a literatura e antropologia, passando por esportes e medicina.

— Estamos buscando parcerias com mais de cem editoras universitárias pelo Brasil e também editoras comerciais que publicam para o ensino superior. Além disso, já contamos com um catálogo próprio com cerca de 700 obras acadêmicas e científicas — diz Glaucio Marafon, editor executivo e presidente do Conselho Editorial da EdUerj, que este completa 25 anos.

Em função da crise que acometeu a universidade nos últimos anos, a livraria (terceirizada) que existia ali fechou as portas em fevereiro de 2017. Isso gerou contratempos para os alunos, que tinham dificuldade de adquirir livros acadêmicos indicados por docentes ou outros títulos, cuja leitura é essencial ao desenvolvimento do ensino, da pesquisa e da extensão universitárias.

— Essa livraria, que demorou um ano para ser elaborada e construída, virou um símbolo de resistência e de renascimento da faculdade. Estão circulando diariamente por aqui cerca de 30 mil pessoas, até mesmo um pessoal que não é aluno da Uerj — conta Marafon.

A loja fica no andar térreo da faculdade: catálogo próprio e projetos de parceria com editoras – Foto: Agência O Globo / Bárbara Lopes

Aluno de Oceanografia, Matheus Paiva elogiou a iniciativa.

— Num panorama em que a cultura se mostra vulnerável e que tradicionais livrarias fecham suas portas, o investimento numa livraria universitária pode ser considerado uma aposta na valorização do conhecimento e principalmente na função social da Uerj — avalia.

Fazendo doutorado em Linguística, a aluna Juliana Rettich diz que a livraria é o espelho do potencial da faculdade:

— Isso só mostra o quanto a Uerj tem vida e produz conhecimento.

O local também será palco, ao longo do ano, de debates e lançamentos. Marafon destaca que todo o lucro obtido com as vendas é revertido para a melhoria da infraestrutura da EdUerj.