Em sequência, cinco bueiros sem tampa na Avenida Maracanã, próximo à esquina com a Rua Eurico Rabelo – Foto: Bruno Kaiuca / Agência O Globo

Grades e portões de ferro, hidrômetros, sinais de trânsito e guarda-corpos de aço do Rio Maracanã também estão entre os itens furtados. Ferros-velhos são suspeitos de comprar

Por Mauricio Peixoto para O Globo

Em outubro, GLOBO-Tijuca denunciou o sumiço de tampas de bueiros na Grande Tijuca. Desde então, a situação piorou. Em uma ronda, a equipe de reportagem contou cerca de 40 bueiros sem tampa, sendo Vila Isabel e Maracanã os bairros mais atingidos.

Em grupos no Facebook já viraram rotina os relatos não só do sumiço das tampas mas também de grades e portões de ferro, de hidrômetros, de sinais de trânsito e de guarda-corpos de aço do Rio Maracanã.

Nos comentários, o sumiço é atribuído a usuários de drogas, que tomam as ruas da região, principalmente nos arredores da Uerj, e furtam os itens para vendê-los a ferros-velhos próximos. Um dos ferros-velhos citados funciona livremente ao lado da “Cracolândia da Uerj”, na São Francisco Xavier. O ato consiste em crime de receptação de produto advindo de atividade criminosa, segundo consta no artigo 180 do Código Penal.

— Pior do que aquele que furta é a postura de quem compra. São necessárias fiscalizações regulares nos ferros-velhos — queixa-se o morador Fernando Nogueira.

A Polícia Militar informou que a população deve registrar os casos de furto. Com relação à vistoria nos ferros-velhos, disse que essa ação seria de responsabilidade da Polícia Civil, que por sua vez não respondeu até o fechamento da edição.

A Secretaria municipal de Conservação e Meio Ambiente (Seconserma) afirma que está em curso a licitação da compra de 1.500 grelhas de ferro, estimada em R$ 1 milhão. Diz também que as grelhas de ferro são a melhor opção se comparadas às tampas de PVC, pois são mais resistentes e baratas; e também se comparadas às de concreto, pois quebram com menos facilidade. A secretaria explica ainda que as de concreto são alvo de furto, pois os vergalhões utilizados na estrutura também têm valor de revenda.

Sobre os sinais furtados, a CET-Rio disse que vai providenciar a reposição.