Setor de queimados também sofre com o déficit de pessoal.

Fonte por Daniel Brunet para Jornal O Globo

A crise no Hospital Federal do Andaraí, no Rio, é um dos pontos que embasa a ação que médicos, enfermeiros e deputados federais apresenta, hoje, contra o Ministério da Saúde. Dois setores importantes da unidade – de oncologia e de queimados – funcionam com déficit de pessoal. No processo, o Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), o Conselho Federal de Enfermagem e a Comissão Externa da Câmara pedem que o governo federal renove 622 contratos de profissionais da rede no Rio.

Diz lá que, apesar de a oncologia ser uma área prioritária de atendimento e com demanda alta, o hospital tem apenas sete oncologistas em seu quadro, sendo que três estão afastados por motivo de doença. O setor precisa, no mínimo, de dez médicos especialistas. Mas hoje só tem quatro.

Tempos mais sombrios

Um trecho da ação reproduz informações da diretora do Andaraí, Maria Lúcia. Ela explica que o maior problema enfrentado, não apenas pelo setor de oncologia, mas por todos os demais serviços do Andaraí, “é o déficit de recursos humanos para as equipes médicas. Com o término dos contratos temporários, o cenário, já desfavorável, tornar se-á ainda mais sombrio no segundo semestre de 2017, quando está previsto o término de cerca de 20% dos contratos temporários, o que representará uma perda considerável e de alto impacto no funcionamento dos serviços”.

Segundo a médica, mais de 30% dos médicos que atuam no hospital são contratados por tempo determinado.

Pior fase de todas

Os autores da ação lembram que o Centro de Tratamento de Queimados do Andaraí, antiga referência nacional, está prestes a fechar por falta de profissionais. Meses atrás, com dificuldades, o CTQ funcionada com sete oncologistas. Só que, tempos depois, quatro médicos saíram.

O Ministério da Saúde, como o Blog Emergência publicou semana passada, está providenciando a contratação de apenas um especialista.

Informações do médico Roberto Pontes, chefe do CTQ do Andaraí, também foram usadas no processo. Ele diz que esta é a pior fase do hospital e “que enfrenta não apenas carência de materiais e medicamentos, como também o mais grave déficit de recursos humanos que já presenciou ao longo de seus mais de 40 anos de atuação como médico da unidade hospitalar”.

Nota oficial

Na noite de sexta-feira, a assessoria de comunicação do Ministério da Saúde informou, por e-mail, que “a diretora do Hospital Federal do Andaraí, Maria Lúcia Feitosa, nega as aspas que lhe foram creditadas, especialmente ter dito que a situação iria piorar”.

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