Músico de 16 anos está prestes a se formar na Academia Juvenil da Orquestra Petrobrás Sinfônica
Fonte por Stéfano Salles para Jornal O Globo
As feições juvenis não escondem os 16 anos de Miguel Braga, mas camuflam a experiência de um veterano. Prestes a se formar na Academia Juvenil da Orquestra Petrobras Sinfônia, onde estudou por quatro anos, o violoncelista dedicou metade de sua vida ao instrumento. E tem planos de aumentar a proporção: aluno do 2º ano do ensino médio, pretende estudar música na faculdade. Dedicado, já foi aprovado no Teste de Habilidades Especiais (THE) da UniRio, mas terá que esperar um ano para ingressar.
— Preciso fazer a seleção novamente no ano que vem, porque ainda não terminei o ensino médio — revela o tijucano.
A aproximação ao violoncelo aconteceu aos 6 anos, quando Miguel foi matriculado pelos pais no Conservatório Brasileiro de Música. Foram dois anos até que ele se acostumar ao instrumento.
— Eu toco desde os 8, quando comecei a aprender. Não cheguei à academia sem saber nada, mas lá fui lapidado e aprendi muita coisa. Principalmente sobre teoria musical. Aprendi a ler partituras e isso ajudou a me tornar um músico mais completo e me fez ter sucesso no THE — diz.
A dedicação ao instrumento nem sempre combinou com a rotina: Miguel teve que mudar de escola quatro vezes até encontrar o ritmo adequado, que o permitisse aliar a vida acadêmica ao progresso no instrumento, encarado por ele e pelos pais como prioritário.
— A carga era muito intensa ou o horário era integral — afirma o violoncelista, que pratica, em média, três horas por dia.
Neste domingo, às 16h, será o concerto de formatura da turma de Miguel, no Salão Leopoldo Miguez, da Escola de Música da UFRJ, na Lapa. Acompanhado por orquestra, ele vai interpretar o Concerto nº 2 de Haydn. O coordenador do projeto, Guilheme de Carvalho, é só elogios ao pupilo.
— O concerto exige muito tecnicamente do solista e do conjunto. O Miguel vem desenvolvendo um trabalho bonito e importante para os violoncelistas da geração dele — afirma.
