58 cirurgias já foram realizadas no local

Fonte por UERJ

Será inaugurado na próxima quarta-feira, dia 6 de setembro, às 10 horas, o Centro de Tratamento da Litíase Urinária (CENTRALU), uma extensão da enfermaria do Serviço de Urologia do Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE). Com uma equipe multidisciplinar formada por urologistas, cirurgiões, anestesistas, nefrologistas e enfermeiros, e dispondo de equipamentos para a realização de exames de imagem de alta complexidade, como ressonância, urografia excretora e tomografia, o CENTRALU é especializado no tratamento de cálculos que estão localizados no trato urinário, que pode ser desde o rim até a bexiga.

“É uma condição extremamente frequente, em torno de mais ou menos 8,5% da população tem cálculo renal ou já teve algum episódio de uma cólica renal cujo cálculo foi eliminado espontaneamente. Existe um predomínio entre homens, para cada dois homens uma mulher e isso, de certa forma, é mundial. Tem predomínio maior em pessoas brancas, não se sabe muito bem o porquê. É muito comum existir um histórico familiar de cálculo, não significando necessariamente que seja uma doença hereditária. A faixa etária mais comum é acima de 60 anos, embora tenha uma frequência bastante expressiva antes disso, mas é mais frequente no idoso”, explica o médico Ronaldo Damião, chefe da Unidade Docente Assistencial da Urologia e responsável pelo Centro.

Com um ambulatório e uma enfermaria exclusivamente para a litíase urinária e uma sala no centro cirúrgico onde são realizadas diariamente três cirurgias para cálculo, com todas as possibilidades de tratamento seja com cirurgia aberta, percutânea (que é uma punção que se faz no rim para quebrar o cálculo e retirar) ou endoscópica (que utiliza laser para fragmentar o cálculo), a criação do CENTRALU responde a uma demanda da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro e irá contribuir para atender a uma necessidade crescente da população fluminense, como explica o Dr. Ronaldo Damião: “Nós já temos há muitos e muitos anos uma população muito grande de pacientes que tratam aqui no HUPE, tanto sob o ponto de vista clínico para evitar a formação do cálculo quanto para tratamento para fazer com que os pequenos cálculos sejam eliminados e o tratamento cirúrgico. Isso já existe aqui há 50 anos. O CENTRALU foi uma forma de organizar isso de uma forma mais eficiente, em decorrência das necessidades do Estado. Existe uma população muito grande que está desorientada e precisando de um tratamento mais eficiente. Então, a Secretaria de Saúde, conhecendo o nosso trabalho que eles elogiam muito que é o programa de câncer de próstata, o Centro de Atenção à Saúde de Homem e o Núcleo de Disfunções Miccionais na Policlínica Piquet Carneiro, nos chamou e pediu ajuda para fazer isso porque os hospitais da rede não estão conseguindo o tratamento adequado. Nós estamos atendendo ao Estado inteiro, tem mais de 170 pacientes na fila, que cada vez aumenta mais, embora estejamos produzindo muito e com bastante eficiência. Recentemente, no Congresso do HUPE o Secretário de Saúde até fez uma declaração pública para todos que estavam ali agradecendo o empenho que a Urologia está fazendo para resolver esse problema da população de pacientes com cálculo no Estado”.

Localizado no quarto andar do Hospital, o Centro de Tratamento da Litíase Urinária (CENTRALU) será inaugurado oficialmente no dia 6 de setembro, mas já está em funcionamento desde o dia 14 de julho e dispõe de cinco leitos; banheiros feminino, masculino e dos funcionários; sala de expurgo para o material contaminado e sala de medicação. Somente no mês de agosto, o CENTRALU foi responsável pela realização de 58 cirurgias, como a do morador de Inhaúma, Alcemar Gomes de Medeiros, de 57 anos. “Eu estou aguardando ser chamado há quase um ano pela Clínica da Família, via SISREG (Sistema Nacional de Regulação). Mas eu fui à uma clínica na Mangueira e a médica de lá me indicou para vir aqui. Aí de lá para cá foi rápido, em menos de dois meses me chamaram para operar. Pelo SISREG a cirurgia ainda nem saiu. Aqui eu fui muito bem tratado, pelos médicos, anestesista e enfermeiros”.

Moradora de Nova Friburgo, Maria Lea Xavier aguardou a cirurgia por dois meses até ser transferida pelo HUPE. “Eu fiquei dois meses internada lá porque não tinha recurso no centro cirúrgico. Eles não têm estrutura para este tipo de cirurgia, só estão fazendo de ortopedia. Eu sentia muita dor, cólicas, muita fraqueza, dor nas pernas, enjoo. O atendimento aqui é maravilhoso, as enfermeiras são ótimas, os médicos, o hospital no geral. Eu não tenho do que reclamar. O meu risco cirúrgico ficou para trás, eu fiz lá e eles não mandaram junto com os outros exames e eles fizeram tudo aqui. No mesmo dia em que eu cheguei aqui eles fizeram o risco cirúrgico. Nem lá na minha terra a gente é tão bem tratado quanto aqui, não tem nem comparação.”

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