Novos leitos, centro cirúrgico e ambulatórios exclusivos, além de equipamentos sofisticados fazem parte do Centro de Tratamento de Litíase Urinária (Centralu)


Fonte por Maurício Peixoto para Jornal O Globo

Nem tudo é crise na Universidade do Estado do rio de Janeiro (Uerj), que vem sofrendo com a falta de recursos e as greves constantes. Uma das unidades ligadas à instituição, o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), em Vila Isabel, conquistou uma grande vitória: em atividade há dois meses, foi inaugurado, agora oficialmente, no último dia 6, o Centro de Tratamento de Litíase Urinária do Hupe (Centralu), unidade especializada em cirurgias e tratamentos de cálculo renal.

— Essa condição é extremamente frequente. Em torno de 8,5% da população têm cálculo renal ou já tiveram algum episódio de uma cólica renal cujo cálculo foi eliminado espontaneamente — explica Ronaldo Damião, médico responsável pelo Centralu e chefe da Unidade Docente Assistencial de Urologia.

Desde que foi aberto, o Centralu faz, no mínimo, três cirurgias diariamente. Em agosto, foram 58 procedimentos cirúrgicos de cálculo renal realizados em pacientes de todo o estado. Muitos estavam aguardando cirurgia há dois anos.

— O Hupe oferece tratamento há 50 anos , tanto sob o ponto de vista clínico quanto cirúrgico. Mas não tínhamos uma enfermaria específica para isso. O Centralu foi uma forma de organizar essa demanda, em decorrência das necessidades do estado. Existe uma população muito grande que está desorientada e precisando de um tratamento mais eficiente. Nós atendemos pacientes de todo o estado do Rio — afirma Damião, acrescentando que há 170 pacientes numa fila de espera.

A Centralu conta com seis leitos destinados especificamente aos casos de doenças renais, além de uma sala no centro cirúrgico e um ambulatório exclusivos e de um equipamento sofisticado de laser para o tratamento.

Moradora de Nova Friburgo, Maria Lea Xavier aguardou a cirurgia por dois meses até ser transferida para o Hupe.

— Eu fiquei dois meses internada numa unidade da minha cidade porque não tinha recurso no centro cirúrgico. Eles não têm estrutura para este tipo de cirurgia, só estão fazendo de ortopedia. Eu sentia muita dor, cólicas, muita fraqueza, dor nas pernas, enjoo. O atendimento aqui é maravilhoso, as enfermeiras são ótimas, os médicos e o hospital, de uma forma geral, também. Eu não tenho do que reclamar. No mesmo dia em que eu cheguei aqui eles fizeram o risco cirúrgico. Nem lá na minha terra a gente é tão bem tratada quanto aqui — elogia ela.