Gabriel Pereira Alves, de 18 anos, estava na Rua Conde de Bonfim a caminho da escola.
Por Elza Gimenez, Alba Valéria Mendonça e Priscila Chagas, G1 Rio e TV Globo
Um estudante de 18 anos morreu após ser atingido no peito por uma bala perdida em um ponto de ônibus na Tijuca, Zona Norte do Rio, na manhã desta sexta-feira (9).
Gabriel Pereira Alves aguardava o transporte na Rua Conde de Bonfim durante um tiroteio no Morro do Borel, na mesma região, quando levou o tiro. O jovem ia para a escola, o Colégio Estadual Herbert de Souza, onde cursava o 3º ano do ensino médio.
Ele chegou a ser levado para um hospital particular da Tijuca, mas, segundo a direção da unidade de saúde, já chegou sem vida.
Filho morto no dia do aniversário do pai
Segundo amigos da família, o pai do jovem faz aniversário nesta sexta-feira (9) e disse que, de presente, ganhou a morte do filho.
Às 11h50, moradores interditaram os dois sentidos da Rua Conde de Bonfim, na altura da Rua Paul Underberg, em protesto pela morte do jovem.
Estudante morre atingido por bala perdida na Tijuca, Rio
Mais cedo, houve outra tentativa de protesto na via, mas os moradores foram reprimidos por policiais que estavam no local.
A prima de Gabriel, Natanna de Souza, contou que ele estava com uma amiga no ponto de ônibus quando levou o tiro.
“Ela contou que ouviram os tiros, e ela falou pra eles se abaixarem. Gabriel colocou a mão no peito e caiu. Ela achou que era brincadeira. Depois, viu que era sério. Chamou um carro e trouxe ele pro hospital”, contou a prima.
Regina Marçal, tia de Gabriel, contou que o sobrinho sonhava em ser jogador de futebol.
“Ele treinava diariamente no Olaria. Quando tinha campeonato, o pai dele, que inclusive faz aniversário hoje, levava o Gabriel”, contou a tia.
O clube anunciou a suspensão das atividades nesta sexta-feira (9).
Jovem foi socorrido no Hospital São Francisco na Providência, na Tijuca, mas não resistiu — Foto: Alba Valéria Mendonça/G1
Relatos de tiroteio
O aplicativo Onde Tem Tiroteio alertou para disparos na comunidade por volta das 7h20. Pelas redes sociais, moradores do Morro do Borel e da Tijuca também relataram intensos confrontos e a presença de um helicóptero na região.
Deputada conhece a família
A deputada estadual Mônica Francisco, do Psol, ex-moradora do Borel e amiga da família de Gabriel Pereira, questiona os horários das ações da polícia na comunidade.
“Ele estava indo para a escola, aguardando o transporte. Era um horário escolar. A gente sempre reitera isso, sobre os horários das operações. Por que fazer operação no horário que as pessoas estão descendo para trabalhar ou estão subindo de um plantão no trabalho?”, indaga a parlamentar.
A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que uma das bases da Unidade de Polícia Pacificadora do Borel foi atacada por criminosos na localidade Chácara do Céu, mas que não houve revide por parte dos policiais.
Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital já foram acionados para periciar o local onde Gabriel foi baleado.