Construtora registrou em cartório que proteção do acervo histórico era de responsabilidade da Suderj

Fonte por Gabriel Mascarenhas para Revista Veja

Quem vai pagar a conta do furto das peças históricas do Maracanã? A Odebrecht, concessionária do complexo esportivo? A Suderj, superintendência responsável pelo gigante até a construtora assumi-lo? Ou o Comitê da Rio 2016, acusado pela Odebrecht de ainda não ter devolvido o estádio conforme acordado?

Um documento protocolado no 1º Ofício de Registro de Títulos do Rio de Janeiro, no dia 15 de junho do ano passado, revela que a Odebrecht temia eventuais danos ao acervo histórico do Maracanã e, por isso, entregou à Suderj as chaves de áreas do estádio onde havia peças importantes.

Na ocasião, o receio era de furtos durante os preparativos para as olimpíadas, quando a Rio 2016 já estava tomando conta do complexo.

No documento, a Odebrecht sustenta: “o acervo histórico e outros bens de titularidade da Suderj permanecem guardados, durante o contrato, em algumas salas da área cedida, sob a responsabilidade direta da Suderj”.

No item VIII, vai além: “é de pleno conhecimento da Suderj que o CME (Odebrecht) não poderá, sob hipótese alguma, ainda mais durante o período de uso exclusivo, ser responsabilizado pela integridade e conservação do acervo histórico cujo domínio, utilização, guarda e conservação sempre competiram à Suderj, seja na vigência do contrato ou do período de uso exclusivo”.

Em suma, o grupo dizia que não estavam sob sua batuta as peças de valor do Maracanã enquanto o estádio estiver sob administração da Rio 2016.

Mas, então, a bomba cai sobre o colo da Rio 2016? O comitê diz que já devolveu o complexo à concessionária, ou seja, não tem nada a ver com isso.

Já a Odebrecht argumenta que não recebeu o estádio nas mesmas condições de conservação que o entregou e, assim sendo, o pepino continua sob administração dos organizadores da olimpíada.

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