Francisco e Luiz Carlos mostram galhos que invadem quintal da família na Rua Félix da Cunha – Foto: Bruno Alfano / Extra

Morador precisou levar pontos na cabeça após queda de galho

Por Bruno Alfano para Extra

O pedido de poda da árvore que fica em frente ao número 55 da Rua Félix da Cunha, na Tijuca, já fez aniversário. No último dia 14, fez um ano que Francisco Carlos Eduardo de Oliveira Cortes, de 38 anos, ligou para o 1746 e abriu um protocolo para o corte dos galhos que saem da rua já invadem o seu quintal. A demora para realizar o serviço já causou até acidente: um galho caiu na cabeça de um morador da casa, que precisou levar três pontos.

— Eu estava no quintal e escutei um estalo. Deu tempo de me proteger com o braço, mas veio com muita força — conta Luiz Carlos Roberto Cortes, de 37 anos, primo de Francisco.

No fim da mesma rua, na altura do 79, outra árvore não precisa apenas ser podada. As raízes da enorme amendoeira levantaram a calçada até o muro do prédio. A síndica, Lídia Carvalho, de 57 anos, conta que a primeira tentativa de cortar a árvore começou em 2003, e até agora o problema não foi resolvido. Segundo ela, a Comlurb esteve no local no dia 23 para realizar o serviço. No entanto, um tiroteio na região impediu o trabalho, e ninguém informou nova data.

Raízes de amendoeira levantam calçada junto a muro de prédio – Foto: Bruno Alfano / Extra

— Essa árvore está encantada, só pode! A queda dela é uma tragédia que vai acontecer se ninguém fizer nada. Nos últimos três meses, a calçada já subiu três centímetros — diz Lídia.

Na Rua Antônio Pinto da Mota, também na Tijuca, o síndico do número 110 conseguiu a poda. Mas o processo levou três anos do pedido do serviço até ele ser realizado.

— Isso porque conhecemos uma pessoa lá de dentro que nos ajudou — conta Marcelo Mendes.

O Jornal testou o serviço do telefone 1746 da prefeitura para pedir a poda de árvores. O atendente informou que, após a solicitação, é preciso esperar 25 dias para um engenheiro visitar o local e constatar a necessidade da poda. A partir disso, não há mais prazo definido.

A Comlurb afirmou que manejo e poda de vegetais podem atrasar quando há impedimentos, como galhos em conflito com a rede elétrica (serviço compartilhado com a Light); carros estacionados junto às árvores e árvore em via de grande fluxo de veículos.

“Os transtornos causados à população nem sempre têm relação direta com a espécie, e sim com o tratamento que vem recebendo durante os anos e suas localizações, que podem gerar conflitos com fachadas de imóveis, portas de garagens, rede de água e esgoto, sinalização, iluminação pública, (…) que passaram a fazer parte do cenário, já com as árvores plantadas e crescidas”, disse a companhia.

A Comlurb afirmou ainda que precisa da Light para o manejo e a poda nas árvores da Rua Félix da Cunha e fará um novo agendamento para esses serviços.