Arte manual. O Mollica Curso de Desenho dispensa computadores para ensinar técnicas de desenho à mão Foto: Emily Almeida / Agência O Globo

Mollica e Casa de Arte e Cultura Luiz Januário são dois dos principais centros formadores da região

Por Gabriel Oliveira para O Globo

A arte de desenhar é a primeira com a qual crianças normalmente têm contato direto, a começar pelos traços simples aprendidos ainda na pré-escola. Aqueles que se apaixonam por esse trabalho acabam procurando aprofundar seus conhecimentos em cursos especializados, e a Tijuca concentra alguns dos principais centros de formação da cidade, como o Mollica Curso de Desenho e a Casa de Arte e Cultura Luiz Januário .

Originado como uma franquia do curso Daniel Azulay, o Mollica surgiu em 2004. Fundador e diretor do curso, Claudio Mollica explica que a parceria durou até 2010, quando o espaço passou a oferecer uma grade mais ampla de cursos, inclusive voltados para testes de habilidades específicas, exame necessário em vestibulares de cursos como Arquitetura e Desenho Industrial.

— Muitos alunos permaneceram mesmo após o fim da franquia Daniel Azulay e seguiram conosco até a faculdade, e é extremamente gratificante vê-los crescer e seguir um caminho profissional que foi iniciado aqui — explica o fundador do curso.

Fundador. Cláudio Mollica valoriza caráter terapêutico dos desenhos Foto: Emily Almeida / Agência O Globo

Psicólogo por formação, Mollica destaca: mesmo os alunos que não seguem profissionalmente o caminho das artes usam o curso como uma forma de terapia.

— Temos alunos de até 80 anos, que fazem o curso por hobby, enquanto as crianças expressam nos desenhos todos os seus sentimentos.

A Casa de Arte e Cultura Luiz Januário, na Rua Delgado de Carvalho, usa a metodologia do curso Daniel Azulay no ensino de técnicas de desenho para crianças e jovens e também valoriza o ensino focado em técnicas manuais. Além disso, o centro oferece suporte digital para a finalização das artes em computador, quando os alunos assim desejam, conforme destaca a fundadora e diretora do curso, Vânia Januário, ao lado do filho Bruno e do irmão André.

Criatividade. Na Casa de Arte e Cultura Luiz Januário, alunos são incentivados a elaborar roteiros das próprias histórias em quadrinhos Foto: Emily Almeida / Agência O Globo

No curso, os alunos também aprendem a criar suas próprias histórias em quadrinhos, e além de aprenderem as técnicas de ilustração, são incentivados a pensar em seus próprios roteiros, antes e durante a concepção das artes.

— Prezamos muito pela liberdade de criação dos alunos, mas valorizamos o aprendizado da narração de histórias por meio dos seus desenhos. Isso permite que eles exercitem a criatividade desde novos e se tornem cada vez melhores com o passar dos anos — explica Vânia.

Em família. André (à esquerda), Vânia e Bruno Januário coordenam a Casa de Arte e Cultura Luiz Januário Foto: Emily Almeida / Agência O Globo

Sem abrir mão do ensino tradicional, a Casa Luiz Januário também mira o futuro. Vânia destaca que próximo passo é oferecer cursos de animação aos alunos. A diretora do centro de formação artística enfatiza que a decisão se deu em função da própria demanda dos estudantes.

— Eles hoje têm uma verdadeira fissura por animação e desejam mesmo produzir algo do gênero. Já que estamos na era da computação gráfica, esse será o nosso próximo passo, mas também sem nunca abrir mão do ensino tradicional, que é onde tudo começa. O Brasil precisa de um novo Maurício de Souza, um novo Ziraldo ou novo Daniel Azulay — projeta.

No curso, os alunos também aprendem a criar suas próprias histórias em quadrinhos, e além de aprenderem as técnicas de ilustração, são incentivados a pensar em seus próprios roteiros, antes e durante a concepção das artes.

— Prezamos muito pela liberdade de criação dos alunos, mas valorizamos o aprendizado da narração de histórias por meio dos seus desenhos. Isso permite que eles exercitem a criatividade desde novos e se tornem cada vez melhores com o passar dos anos — explica Vânia.