A cuíca-de-três-listras, quando filhote, pode ser menor do que uma moeda — Foto: Divulgação Parque Nacional da Tijuca

Cuíca-de-três-listras é parente próxima das cuícas-anãs; uma das menores da Mata Atlântica.

Por Gabriela Brumatti sob supervisão de Lizzy Martins para Terra da Gente e G1

Encontrar uma moeda de R$ 1,00 pelo caminho é um sinal de sorte e de muita atenção. Mas agora imagine o foco necessário para conseguir encontrar uma espécie menor ainda do que a moeda. E mais, a sorte da natureza de possuir uma figura tão ilustre assim.

Um flagrante feito no Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro, chamou atenção por unir esses elementos. Os funcionários do Parque buscavam caramujos quando viram algo se mexer de forma muito rápida. Para surpresa de quem estava no local, a espécie capturada para identificação era uma cuíca-de-três-listas.

“A cuíca é um animal difícil de observação por sua rapidez de deslocamento”, afirma Plínio Júnior, um funcionário do local que esteve no encontro. Além desse fator, o tamanho também cria obstáculos para o contato. A cuíca-de-três-listras, que chega a quase 10 centímetros quando adulta, pode ser menor que uma moeda quando um filhote.

Os animais só devem ser manuseados por profissionais e em caso de risco — Foto: Divulgação Parque Nacional da Tijuca

Os hábitos de vida não facilitam também o contato com elas. Além de se movimentarem, em alguns momentos, de baixo da terra, esses mamíferos são mais ativos durante o período noturno.

No Brasil ocorrem mais de 50 espécies de marsupiais, animais que produzem as crias através de uma bolsa abdominal. Porém, diferente dos gambás e de outros gêneros maiores, como cangurus, as cuícas-de-três-listras não têm bolsas para carregar os filhotes.

O Chefe do Parque Nacional da Tijuca, Ernesto Bastos Viveiros de Castro, explica que os filhotes são carregados nas costas das mães. É também no dorso que essa espécie carrega o peso do nome. As três faixas pretas contidas na pelagem se destacam no tom marrom.

Os animais são caracterizados pela agilidade e também pelos hábitos noturnos — Foto: Divulgação Parque Nacional da Tijuca

Apesar do apreço que o animal possa causar, o ideal é não intervir no seu caminho. “Só interferimos em casos de animais feridos ou encontrados em áreas onde eles poderiam correr riscos. Pessoas sem treinamento adequado só devem manusear os animais em caso de emergência”, alerta Ernesto Bastos.

Apesar do tamanho reduzido, são predadoras vorazes caçando grandes insetos, aranhas e até outros invertebrados, praticamente do tamanho delas. Também são grandes dispersoras de sementes e, com isso, contribuem com a renovação da floresta.