A Sede do América estava em mau estado de conservação, foi fechada pela Defesa Civil e pelo Corpo de Bombeiros.

Fonte por Stéfano Salles para Jornal O Globo

Em segunda votação, realizada no fim da tarde desta quinta-feira, a Câmara Municipal do Rio aprovou por unanimidade o projeto de lei complementar 169/2016, que permite a construção de um shopping center na sede história do América, localizada na Rua Campos Sales nº 118, na Tijuca. A proposta foi aprovada por 33 vereadores. Os outros 13 que estavam presentes se abstiveram.

No primeiro turno, realizado em dezembro, também houve unanimidade, com 31 votos. No entanto, a mudança de legislatura, com troca de diversos parlamentares no Palácio Pedro Ernesto, gerou receio na direção do clube. Na terça-feira, o Diário Oficial do Município publicou convocação para uma audiência pública, realizada no dia seguinte, véspera da votação.

De acordo com o projeto preliminar divulgado pelo clube em maio de 2016, o novo complexo terá quatro andares comerciais: um subsolo e três sobre a superfície. Em cima deles, haverá um estacionamento de cinco pavimentos e cinemas. A nova sede social e esportiva do clube ficará no topo da estrutura e terá 12 mil metros quadrados.

Presidente em exercício do América, o advogado Sidney Santana celebrou a aprovação do projeto, e lembrou as condições próximas da insolvência em que a administração da qual faz parte assumiu o clube.

— Essa aprovação é muito positiva e oferece um futuro ao América. Nós encontramos um clube arrasado em 2013. Na época, fizemos uma auditoria que apurou um déficit de mais de R$ 50 milhões. Nossa sede envergonhava o associado, de tão abandonada que estava, e foi interditada pelo Corpo de Bombeiros e pela Defesa Civil em junho de 2014. Agora, estamos no caminho de ter uma sede nova, moderna, e capaz de gerar novas fontes de receita para o clube. Nosso complexo será padrão Shopping Leblon — afirma.

Com a aprovação, o projeto vai para sanção do prefeito Marcelo Crivella (PRB). De acordo com os dirigentes, ainda não está definido o nome do shopping, e nem mesmo a construtora que executará a obra. O clube pretende ceder a área para a obra e exploração comercial do empreendimento, em sistema de arrendamento, sem perder a posse de qualquer centímetro do terreno. Os dirigentes prometem divulgar um projeto arquitetônico já nas próximas semanas.

— Como ainda não tinha nada aprovado, não tínhamos como definir nada. É com a aprovação do projeto que tudo andará. Teremos América no nome do shopping, mas ainda não sabemos como ele será oficialmente batizado. Vamos analisar com cuidado os parceiros, para não escolher empresas que tenham sua capacidade comprometida pela Operação Lava-Jato — conclui o dirigente.

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