Grupo existe há mais de 15 anos; membros fazem trabalho de manutenção e conservação

Fonte por Jornal O Globo

Em dezembro, o Rio se tornou a primeira paisagem cultural urbana do mundo a ser declarada Patrimônio Mundial pela Unesco. Entre os principais elementos que permitiram a escolha estão pontos turísticos como o Corcovado e a Floresta da Tijuca. Há mais de 15 anos, este importante espaço natural — que ocupa um total de 39,51 km² — conta com a ajuda da Associação Amigos do Parque Nacional da Tijuca (PNT) para realizar trabalhos de preservação e manutenção em paralelo às ações do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pelo local.

Atualmente, o órgão tem cerca de 400 associados, entre pessoas físicas e jurídicas. No entanto, apenas 40 contribuem regularmente. Para colaborar, existem pacotes mensais (variam entre R$ 10 e acima de R$ 500) e anuais (os valores vão de R$ 102 a mais de R$ 5.100). Os planos para empresas vão de R$ 6 mil a mais de R$ 60 mil ao ano). Mais informações podem ser obtidas no site .

— O associado também obtém benefícios como uma carteirinha que permite que ele entre no parque às 7h (uma hora antes da abertura), além de receber um informativo digital — explica o conselheiro Marco Terranova.

Dar dinheiro não é a única forma de apoiar o PNT. Insumos básicos também podem ser doados ao programa de voluntariado que, desde 2003, ajuda na conservação de trilhas, monumentos, instalações e até no suporte à comunicação do parque.

— A associação ajuda o voluntariado com ferramentas, utensílios e outros materiais necessários para a conservação do espaço, além de arcar com pequenos custos como lanches e uniformes — explica Ernesto Viveiros, chefe do Parque Nacional da Tijuca. — Também auxiliamos a área administrativa com equipamentos mais sofisticados como computadores, GPS e até automóveis. Tudo isso demoraria a chegar caso abríssemos um pedido ao ICM-Bio, devido ao longo prazo burocrático de licitação.

A Associação Amigos do Parque Nacional da Tijuca tem ainda outras iniciativas. Em uma delas, ciclistas dão dicas do que está faltando ou o que precisa melhorar para a prática da modalidade. A outra, batizada de “Revitalização do Corcovado”, prevê intervenções em todas as áreas de circulação do local — como passarelas, corredores, mirantes, guarda-corpos, pergolados, jardins, torre de elevadores, escadarias, lojas, cafeterias e banheiros —, promovendo melhorias na experiência de visitação.

Outro projeto, desenvolvido em parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica, visa discutir o futuro da floresta através de workshops participativos. O “PNT: horizonte 2030” convida cidadãos, formadores de opinião, representantes governamentais e empreendedores para discutir a melhor forma de manter o parque.

— As áreas de foco do estudo são a percepção que a sociedade tem do parque, os impactos econômicos dele na cidade, a gestão compartilhada e os potenciais de comunicação — conta o diretor Roberto Nascimento.

Associado há dois meses, o ciclista Raphael Pazos acha que é hora de a sociedade se engajar mais na proteção do PNT.

— Temos que pensar no futuro. É um patrimônio ímpar, que deve ser cuidado todos os dias. Não podemos ficar só esperando ações de autoridades, pois já estamos cansados de saber que no Brasil isso costuma não dar certo. No país, somos uma das poucas associações de amigos de um parque. Nos Estados Unidos esse modelo é tradição e faz sucesso — diz Pazos.

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