Associação que atende crianças especiais não recebe repasses do estado há oito meses

Fonte por Jornal O Globo

Manoela, de 11 anos, é uma menina especial que tem autismo leve. Quando chegou à Associação de Assistência às Causas Sociais (AACS), em Vila Isabel, há quatro anos, era muito irrequieta e tinha dificuldades de socialização e concentração. Passado esse tempo, e devido ao trabalho educacional realizado pela instituição, Manoela hoje é outra pessoa, mais antenada e feliz. Mas o bem-estar dela e das demais crianças ali matriculadas está ameaçado.

— Foi uma evolução maravilhosa desde que minha filha chegou. Estou muito satisfeita. Mas espero que esse trabalho possa continuar — diz a mãe, Suzana Tardin, feliz, mas receosa.

O receio dos pais surgiu em dezembro de 2015, quando a Fundação da Infância e Adolescência, órgão da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, deixou de repassar a verba mensal para a instituição que, há 60 anos, atende crianças e jovens em risco social e com deficiências físicas e mentais, incluindo autismo, síndrome de down, cegueira e surdez. Atualmente, mais de 250 famílias são beneficiadas.

Devido à falta de dinheiro, desde então, seis funcionários foram demitidos.

— Precisamos honrar a folha de pagamento, a alimentação das crianças e as despesas como luz e água. Então, mais do que nunca precisamos da boa vontade do próximo. Estamos sobrevivendo graças a muitas ações sociais, e também devido à força de pais e responsáveis, que nos ajudam muito — conta a pedagoga Lúcia Gomes, funcionária mais antiga do órgão, há 26 anos.

Quem quiser ajudar deve entrar em contato com a AACS pelo telefone 2577-1241.

A secretaria informou que está, semanalmente, buscando a efetivação dos pagamentos junto à Fazenda. Entretanto, devido à crise, não há previsão de pagamento.

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